sábado, 7 de novembro de 2020

NOTA DE PESAR

SOCIEDADE ESPÍRITA CAMINHO DO BEM

NOTA DE PESAR

É com pesar e profunda consternação que comunicamos o desencarne de Gecemar Cordeiro, ou simplesmente Cordeiro, como era carinhosamente chamado por muitos, na Sociedade Espírita Caminho do Bem, onde dedicou parte significativa dos seus 83 anos de idade aos trabalhos voluntários e como palestrante, tanto na sede principal da instituição, no Alto das Populares, como no Núcleo de Estudos Espíritas, no Centro da cidade de Santa Rita, onde compartilhava as experiências vivenciadas na Doutrina Espírita. Ele também teve uma passagem importante no trabalho mediúnico da Casa da Vovozinha, em João Pessoa. Era um pesquisador abnegado das questões relacionadas à hipnose. Na atividade profissional, Cordeiro era um comerciante bem estabelecido em nosso município. Por muitos anos patrocinou o programa radiofônico Caminho do Bem, de divulgação da Doutrina Espírita, levado ao ar por mais de 17 anos nas difusoras locais. Esse emérito colaborador da Seara Espírita em Santa Rita, antes do aguçamento da enfermidade que o acamou, recebia todos os meses, em sua residência, os dirigentes da Casa Espírita, da qual também fazia parte, para a reunião de diretoria. O velório acontece na Central de Velórios Rosa de Saron, em Santa Rita e o sepultamento está previsto para as 9 horas deste domingo (8), no Cemitério Santana, também em Santa Rita. Deixamos nossas mais sinceras condolências à família e amigos por esta inestimável perda.

Cordeiro nos deixou hoje, cumprindo, com zelo e dedicação, sua trajetória na Terra. Retorna à Pátria Espiritual, onde certamente será recebido, com júbilo, pelos familiares e amigos que lhes antecederam.

Siga em paz, Cordeiro. Somos só agradecimento.

Sociedade Espírita Caminho do Bem

Santa Rita, 07 de novembro de 2020 

quarta-feira, 2 de outubro de 2019

Interatividade em Tempos Líquidos



Por Geraldo Campetti Sobrinho*

O maior paradoxo da atualidade é que vivemos num mundo inundado de informação, mas sedento de conhecimento.

Essa afirmação foi atribuída ao executivo estadunidense Jack Welch. Ela incita-nos a refletir sobre a nossa situação na sociedade pós-moderna, na qual os avanços científicos e tecnológicos ganham espaço e em que as relações humanas tornam-se cada vez mais líquidas, conforme vislumbrado pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman.

*

Vivemos em um mundo movido à velocidade. Tudo é muito rápido e, cada vez mais, os acontecimentos se dão celeremente. A atualidade é marcada por uma síndrome que se poderia ironicamente denominar com a sigla SEI – a Síndrome do Excesso de Informação –, que nos afugenta a uma correria desenfreada para buscas constantes e insatisfatórias de obter mais e mais, como se abrigássemos em nossa intimidade um “poço sem fundo” que nunca se logra satisfeito com as fugazes conquistas ofertadas pela era pós-moderna, ora em curso.

Queremos mais, desejamos mais, e o mundo está aparentemente pronto para nos oferecer cada vez mais, numa insanidade quase incontrolável de aparências e ilusões.

É preciso dar uma pausa, rebobinar o filme da nossa história, ou, randomicamente, acessar o conteúdo informacional e a ocorrência fática que possam ter originado o que hoje praticamente não conseguimos suportar.

Para além da informação, que nos oferta o significado, é indispensável o conhecimento, que promove a interpretação. Entender o sentido de tudo e conseguir interpretar a realidade pode “abrir as portas” aos mais adequados caminhos da felicidade geral.

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A difusão dos postulados espiritistas nos tempos hodiernos é uma necessidade inadiável para a definitiva implantação do Reino de Deus na Terra, a começar por sua instalação no coração de cada um de nós. Acessar a informação espírita enquanto estivermos na caminhada terrena pode provocar a completa mudança na forma de pensar-sentir-agir do materialista, cético, agnóstico, ateu e, até mesmo, do religioso aberto a novidades transformadoras.

Por isso, temos o compromisso de divulgar o Espiritismo por meio das diversas mídias disponíveis na atualidade. São tantos os recursos de tecnologia da informação e comunicação, facilitando a interatividade entre as pessoas, independentemente de distâncias geográficas ou barreiras físicas, que não podemos descurar da responsabilidade de disseminar a mensagem do Evangelho de Jesus pelas luzes da Doutrina Espírita a todos os rincões do mundo, iluminando mentes e consolando corações.

Os mais modernos instrumentos de comunicações virtuais, digitais e eletrônicas, pela vulgarização do uso da rede mundial, possibilitaram o intercâmbio entre os povos dos diversos continentes e a aproximação dos homens pelas relações sociais e busca de negócios econômico-financeiros ou aqueles empreendimentos sem fins lucrativos que beneficiam o desenvolvimento das ciências e das artes, da filosofia e da educação, das condições de vida do ser humano.

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Se a informação e o conhecimento são importantes para a evolução humana, é preciso reconhecer que estamos hoje na era da interatividade, por meio da qual, espargindo o bem pelas luzes do Espiritismo, conseguiremos aplicar em nossa vida a mensagem do Cristo em toda a sua essência para a nossa plenitude e auxílio daqueles que buscam a paz e a serenidade acalentadas no alvorecer de um mundo de regeneração.

Com a base que o Espiritismo nos oferece, é possível atravessar o mar da liquidez, em que a insegurança será substituída pela certeza e as relações fugazes e descartáveis cederão lugar aos compromissos sérios e duradouros. À impermanência sobrevirá a imortalidade, conforme prenunciou o Espírito Pastorino pela psicografia de Divaldo Franco.

Fonte: CAMPETTI SOBRINHO, Geraldo. Democratização da informação: mito ou realidade? e Comunicação, interatividade e divulgação espírita. Disponível em: < www.febnet.org.br>.  Extratos dos textos publicados em: 21.7.2012; 1.3.2015. Acesso em: 26 set. 2019. Com atualizações.


*Geraldo Campetti Sobrinho é vice-presidente da Federação Espírita Brasileira. Responsável pela área de Divulgação Doutrinária, que contempla as seguintes unidades organizacionais: Reformador; Memória e Documentação; Comunicação; FEB Editora; e Comercial. Palestrante, escritor e apresentador dos programas Livros que Iluminam e Entre dois mundos: uma visão espírita da realidade, da FEBtv.

quarta-feira, 11 de abril de 2018

Paciente, mas operante!



Filhos e filhas do amor de Deus.

Uni-vos por esse amor que redime.

Sois por demais importantes nesse processo de esclarecimento.

Das consciências que ainda dormem.

A imortalidade da alma ainda é um mistério para muitos.

Que ainda estão presos na consciência de sono.

Cumpre a vós fazer a vossa parte.

Sedes incansáveis no trabalho redentor.

Pois foi com esse propósito que a esse mundo viestes.

Esse é o caminho que vos levará a redenção.

Pois ainda abrigais em vossa alma o peso dos milênios que  passaram.

E o trabalho no bem é esse cadinho que vos purificará.

Viveis momentos de transformações que atingem o mundo todo.

E também a esfera extrafísica que circunda o vosso orbe.

Os que partem desse mundo envolto na escuridão da ignorância.

Mais tarde batem às portas da Casa Espírita para serem esclarecidos.

De forma que possam perceber a nova realidade que os cercam.

Filhos e filhas, não olvideis que o tempo não espera.

Não espereis dias fáceis para realizar o trabalho.

Trabalhai em qualquer dia, pois todo dia é abençoado pelo Senhor da Vida.

Fazei a vossa parte, e como diz o Grande Livro, que o Céu te ajudará.

Não desanimeis diante das tribulações.

Sede paciente, mas operante e abrigai em vosso ser a fé.

Que remove dores e cicatriza feridas.

Que Jesus, o nosso grande Mestre, vos abençoe a todos.

Muita paz


Mensagem recebida por Raimundo Monteiro na reunião mediúnica do GEP – Grupo Espírita da Prece, em 10/04/2018. João Pessoa/PB.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Carlos Romero e a opção pelo Espiritismo



Por Alexandre Nunes

Todo ser humano tem uma visão de mundo, uma ideia de Deus, e a dimensão religiosa e filosófica do homem Carlos Romero é a de um espírita convicto, com vários trabalhos publicados relacionados com a doutrina codificada por Allan Kardec. Quando Carlos Romero nasceu, o seu pai, José Augusto Romero, um ex-seminarista, já era espírita.

“Meu pai presidiu a Federação Espírita Paraibana (FEP) por 44 anos consecutivos e foi graças a ele - que muito me estimulou - que eu abracei a doutrina. hoje eu sou dedicado ao Espiritismo”, destaca.

Ele enfatiza que sempre procurou estudar os filósofos que fundamentaram a doutrina espírita, porque, em sua opinião, o Espiritismo é uma doutrina que nasceu de um livro, o Livro dos Espíritos, e quem quer ser espírita tem que estudar. Além dos doutrinadores espíritas, Carlos Romero diz ter estudado outras religiões e filosofias. Ele revela que aproveita esse conhecimento da doutrina espírita em sua crônica, no sentido de divulgar o Espiritismo e também de expressar o que sente acerca do assunto.

Segundo Carlos Romero, ao se deparar com o imediatismo e materialismo que imperam no mundo, o espírita, que está sempre consciente dos princípios da doutrina, a exemplo da mediunidade, reencarnação e lei de causa e efeito, fortalece suas convicções nessa convivência, de modo que ele sabe qual é o seu destino e também sabe que não há morte, apenas uma mudança do mundo físico para o espiritual e essa é a maior mensagem que a doutrina espírita pode dar.

Carlos Romero visita a Sociedade Espírita Caminho do Bem, nesta quarta-feira (16), onde participa da reunião pública, a partir das 19h30.

quarta-feira, 3 de maio de 2017

O livro dos espíritos 160 anos Relembrando suas origens

“O livro dos espíritos é, sem a menor sombra de dúvida, um verdadeiro Sol. Quando o abrimos, ele nos ilumina; quando o fechamos, ele não se apaga, porque prossegue irradiando.”1
Pode-se afirmar que O livro dos espíritos surgiu de uma ideia e da iniciativa do professor francês Hippolyte Léon Denizard Rivail (1804– 1869), que em 1854 começaria a ser informado por parte de amigos acerca dos fenômenos das mesas girantes. O primeiro deles, Fortier, comenta em duas ocasiões os efeitos do Magnetismo nas tables tournantes ou table-moving (para os ingleses). Não eram apenas as pessoas que podiam ser magnetizadas, informa em Obras póstumas,2 “[…] mas também as mesas, conseguindo-se que elas girem e caminhem à vontade” (it. A minha iniciação no Espiritismo, p. 237). Logo depois Fortier acrescenta novas informações: “[…] não só se consegue que uma mesa se mova, magnetizando-a, como também que fale. Interrogada, ela responde” (p. 237 e 238).
Estava sendo dado o ponto de partida da vida missionária daquele que assinaria as obras da Terceira Revelação com o pseudônimo Allan Kardec.
Em 1855, surge outro amigo, Carlotti, natural da Córsega, ardoroso e enérgico, que reforça as informações sobre os inusitados fenômenos, destacando em seu diálogo com o famoso pedagogista, educador e ex-aluno de Johann Heinrich Pestalozzi (1746–1827), a partir de 1814, em Yverdon, na Suíça, a surpreendente informação acerca da intervenção dos Espíritos nesses fatos que atraíam inúmeros curiosos em Paris, os quais se reuniam nos salões de suas residências para praticar e observar esses fenômenos.
Carlotti faz um prognóstico ao professeur Rivail: “Um dia o senhor será dos nossos” (p. 239). O mestre das letras francesas, autor de várias obras didáticas, surpreendentemente não se abala ou desdenha os comentários e a conjetura do ve5
lho amigo de 25 anos. Responde-lhe de forma intuitiva, como se estivesse esperando, há muitos anos, aquele momento singular em sua diamantina vida: “Não direi que não […] veremos isso mais tarde” (p. 239).
E, efetivamente, passado algum tempo, o insigne diretor de educandários, tradutor de obras e contabilista dá início, no mês de maio de 1855, ao calendário da fase de observações dos fenômenos.  A primeira residência que visita é a da Sra. Roger, acompanhado pelo amigo Fortier, encontrando-se ali com o Sr. Pâtier e a médium Sra. Plainemaison.  Os comentários por parte dos anfitriões suscitam em Rivail “viva impressão”. Pâtier convida-o para assistir às reuniões experimentais que ocorriam na casa da referida médium, à rua Grange-Batelière, 18, Paris, e ele aceita, imediatamente.
O dia dessa histórica reunião passaria a ser célebre nos Anais do Espiritismo nascente: uma terça-feira de maio às oito horas da noite. Em outra reunião, no mesmo local, irá conhecer a família Baudin. As conexões e simpatia mútua são imediatas. Passa então a assistir, a convite do chefe da família, o Sr. Émile-Charles Baudin, às sessões semanais que se realizavam em sua residência
à rua Rochechouart, das quais participavam sua esposa, Clémentine, e as filhas Julie e Caroline, respectivamente com 14 e 16 anos.
“Foi nessas reuniões que comecei os meus estudos sérios de Espiritismo […]” (p. 240), anotaria Rivail no livro das Previsões relativas ao espiritismo, manuscrito que redigiria com especial
cuidado e que viria a lume somente em 1890, sob o título de Obras póstumas, contendo textos inéditos de sua lavra, graças à iniciativa de Pierre-Gaëtan Leymarie (1827–1901), amigo do casal Denizard.
Durante as sessões em que participava na casa da família Baudin, inicialmente não vislumbrou nenhum fim determinado para aquele movimento entre dois mundos que interagiam por meio de fenômenos e informações, aproveitando-os o professor Rivail para instruir-se pessoalmente. Foi quando notou que tudo aquilo “[…] constituía um todo e ganhava as proporções de uma doutrina […]” (p. 241). E teve um insight, “[…] a ideia de publicar os ensinos recebidos, para instrução de toda gente” (p. 241). Esses ensinos recebidos eram as “questões que, sucessivamente desenvolvidas e completadas, constituíram a base de O livro dos espíritos” (p. 241).
Emociona a anotação que fez sobre aqueles dias primordiais, daquelas primeiras horas de sua vida missionária:
[…] mais de dez médiuns prestaram concurso a esse trabalho. Da comparação e da fusão de todas as respostas, coordenadas, classificadas e muitas vezes retocadas no silêncio da meditação, foi que elaborei a primeira edição de O livro dos espíritos […]” (p. 242).
Ocorreram momentos especiais durante a elaboração da obra. Em 25 de março de 1856, no apartamento de Rivail, localizado na rua dos Martyrs, 8, segundo andar, ao fundo, o Mundo Espiritual, organizador e coordenador da concretização do advento do Consolador Prometido por Jesus (João, 14:15 a 17), demonstra a sua presença por meio de repetidas pancadas nas paredes da residência, para alertar o futuro Codificador do Espiritismo a respeito de um equívoco relativamente aos estudos que ele fazia e anotava no capítulo que escrevia acerca dos Espíritos e de suas manifestações. (it. Meu guia espiritual, p. 244.)
Há um instante em que, percebendo a importância e urgência do empreendimento, realiza em 10 de junho de 1856 reunião na casa do Sr. Roustan e, por meio da médium Srta. Ruth-Celine Japhet, consulta o Espírito Hahnemann se poderia ser auxiliado por um cidadão que registra em suas memórias pessoais como B…: “[…] para [justificando a sua pergunta] andarmos mais depressa […]” (it. O livro dos espíritos, p. 250). Contudo, a sua petição é desaconselhada. “B… era médium escrevente muito maleável, mas assistido por um Espírito orgulhoso, déspota e arrogante […]” (Nota, p. 251).
Relata o escritor Jean Prieur (1914–2016) que, uma vez concluída a obra (utilizando do heterônimo Allan Kardec para identificar a autoria, nome que tivera em antiga reencarnação nas Gálias, como lhe fora revelado), passou a procurar uma editora. Consulta, primeiramente, o amigo Sr. Didier: “Será que o senhor não é o mais indicado?”. Ouve então a recusa: “Este livro não se insere no âmbito das nossas coleções acadêmicas”. E pede desculpas. “Todos os editores potenciais respondem como ele, lamentando e louvando. Mas ninguém quis arriscar dinheiro em um autor desconhecido e num livro sem futuro”, destaca Jean Prieur em sua obra Allan Kardec et son époque (Allan Kardec e sua época).3
O professor Canuto Abreu (1892–1980), em O livro dos espíritos e sua tradição histórica e lendária,4 de sua autoria, recorrendo a especial narrativa, relata a visita do professor Rivail, em fins do ano de 1856, ao livreiro Edouard-Justin Dentu (1830–1884), cuja sede comercial era na rua Montpensier, em frente à Galeria d’Orléans, no Palais Royal, em Paris, portando os manuscritos de O livro dos espíritos.
O livreiro recebe-o com má vontade. Ele estava concluindo o inventário de várias obras encalhadas, escritas sobre o Spiritualism e diz ao nascente Codificador do Espiritismo:
“Esse assunto, meu caro senhor, não nos interessa mais.
É batidíssimo e está fora de voga. A França não se importa mais com o ‘Spiritualisme’. Nosso depósito está repleto de ‘Mesas que rodam’, ‘Mesas que dançam’, ‘Mesas que falam’, ‘Mesas que adivinham’, Mesas, enfim, que ninguém mais lê. Essa brincadeira já passou da moda” (p. 9).
O professor Rivail, porém, mantém-se sereno e declara: “Desejava apenas o seu orçamento tipográfico, pois vou editar a obra por minha conta e risco. É possível?” (p. 9).
Monsieur Dentu reluta, alega outros motivos para a recusa, quando, de repente, chega à loja madame Mélanie Dentu, mãe do livreiro e também proprietária.  Ela cumprimenta o prof. Rivail e pergunta-lhe: “Trouxe afinal seus cadernos professor? […] É uma honra para nós editar o seu livro […]” (p. 9). Percebendo que já havia entendimentos anteriores sobre a impressão da obra, o livreiro muda de atitude e acrescenta, constrangido: “[…] Se não tem muita pressa, deixe conosco os seus cadernos. Quantos exemplares pretende?[…]” (p. 9).
Poucos dias depois o livreiro encontraria, sobre a mesa de trabalho, um memorando assinado pela Sra. Dentu, remetendo os cadernos que comporiam a primeira obra da codificação espírita à “Tipografia De Beau” (p. 9), para impressão. No texto do memorando ela havia destacado, em vermelho: “[…] Urgente e preferencial” (p. 9).
Ainda resistindo quanto à validade da obra, o jovem livreiro ouve sua mãe dizer-lhe que a obra era impressionante e sugeriu-lhe: “[…] Examine-lhe uma ou outra página, ao acaso, e verá que não estou exagerando […]” (p. 9). Atendendo-lhe o pedido, Dentu lê os originais e, entusiasmado, envia a obra à tipografia, destacando o urgente e preferencial, passando a ser ele “o mais apressado a lançar O LIVRO” (p. 9).
Por que O livro dos espíritos é urgente e preferencial? Destaquemos alguns depoimentos:
O escritor francês Victorien Sardou (1831–1908), leu a obra e antes mesmo de haver chegado ao fim da leitura, escreveu a Kardec elogiosa carta,publicada em Allan Kardec, o educador e o codificador,5 destacando que O livro dos espíritos “É o livro mais interessante e instrutivo que já li. […] É o livro da vida, é o guia da Humanidade” (p. 284).
Um abade francês, de nome Leçanu, autor de A história de satanás, assim diz no seu livro: “Observando-se as máximas de O livro dos espíritos, de Allan Kardec, faz-se o bastante para se tornar santo na Terra” (p. 285). “Quem quer que leia esse livro, nele meditando, como eu, encontrará tesouros inesgotáveis de consolações, pois que ele abarca todas as fases da existência” (p. 285), escrevia a Kardec, em 25 de abril de 1857, um capitão reformado, da cidade de Bordeaux. Humilde filho do povo, de Lyon, exprimia também ao Codificador o seu reconhecimento pela publicação de O livro dos espíritos e falava da felicidade que essa obra lhe trouxe ao coração.
O Espírito Vianna de Carvalho destaca que é “[…] nesse momento de expressivas e complexas realidades que aparece O LIVRO DOS ESPÍRITOS como resposta do Céu às perguntas aflitas da Terra […]” e que “[…]
Todas as armas se levantam contra o livro monumental”, mas enfatiza que “[…] Allan Kardec estava preparado para a reação. O Livro dos Espíritos veio e ficou. Seus ensinamentos estão aí, insuperáveis, atravessando os tempos.6
Durante mais de quarenta anos, desde que ingressara em Yverdon, o grande amor da existência do pedagogo  Hippolyte Léon Denizard Rivail tinha sido a educação, o ensino, mas ao concluir O livro dos espíritos, declara:
[…] foi a obra da minha vida. Dei-lhe todo o meu tempo, sacrifiquei-lhe o meu repou-[1][2]so, a minha saúde, porque o futuro estava escrito diante de mim em letras irrecusáveis.7 (Grifo nosso.)
E naquele primaveril sábado em Paris, em 18 de abril de 1857, há 160 anos, a promessa de amor de Jesus, da vinda do Consolador, é consolidada por Allan Kardec com a publicação de O livro dos espíritos, em tiragem de 1.200 volumes na primeira edição [princeps], de capa cor cinza-esverdeada, com 501 perguntas. “Era em formato grande, in-8o, com 176 páginas de texto, e apresentava o assunto distribuído em duas colunas”.[3]
Em 11 de julho de 1857, em edição do jornal Courrier de Paris o jornalista G. Du Chalard, amigo do livreiro Dentu e de quem recebera, de presente, um exemplar dava o seu parecer sobre a obra estampando extenso artigo:
O livro dos espíritos, do Sr. Allan Kardec, é uma página nova do grande livro do infinito, e estamos convencidos de que esta página será assinalada […]. Não conhecemos o autor, mas confessamos, abertamente, que ficaríamos felizes em conhecê-lo. Quem escreveu a introdução de O livro dos espíritos deve ter a alma aberta a todos os sentimentos nobres.[…]
A todos os deserdados da Terra, a todos quantos avançam ou caem, regando com as lágrimas o pó da estrada, diremos: Lede O livro dos espíritos; ele vos tornará mais fortes. Também aos felizes, aos que em seu caminho só encontram as aclamações da multidão e os sorrisos da fortuna, diremos: Estudai-o e ele vos tornará melhores”.[4]
Em belo soneto, intitulado Falando a Kardec, publicado em Reformador de abril de 1977,10 ditado ao médium Francisco Cândido Xavier, o Espírito Cruz e Souza, poeta catarinense, presta comovedora homena-gem a Allan Kardec, destacando as consequências do advento de O livro dos espíritos:
Apóstolo da luz ditosa e bela,
Quando desceste da Divina Altura,
Surgia a Terra desolada e escura
Por agressiva e torva cidadela.
Qual nau sublime que se desmantela,
Naufragava na sombra a fé mais pura
E envolvia-se o templo da cultura
No turbilhão de indômita procela…
Mas trouxeste equilíbrio ao caos nefando,
E “O Livro dos Espíritos”, brilhando,
Rompe a noite mental, espessa e fria!
Ante o sol da verdade a que te elevas,
Revelaste Jesus ao mundo em trevas
E acendeste o clarão do novo dia.
REFERÊNCIAS:
1 FRANCO, Divaldo. In: PUGLIESE, Adilton; CHRISPINO, Álvaro. Reconhecimento a Allan Kardec. 1. ed. LEAL, 2006. p. 40.
2 KARDEC, Allan. Obras póstumas. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. 1. imp. Brasília: FEB, 2016. pt. 2 Extratos, in extenso, do livro das Previsões relativas ao espiritismo, p. 237 a 242, 244, 250, 251.
3 PRIEUR, Jean. Allan Kardec e sua época. 1. ed. São Paulo: Lachâtre, 2015. p. 69.
4 ABREU, Canuto. O livro dos espíritos e sua tradição histórica e lendária. 2. ed. São Paulo: LFU, 1996. cap. 1 – No dia 18 de abril de 1857, p. 9.
5 WANTUIL, Zêus; THIESEN, Francisco. Allan Kardec: o educador e o codificador. v. 1. 3. ed. Brasília: FEB, 2007. pt. 2, cap. 1.
6 FRANCO, Divaldo P. À luz do espiritismo. Pelo Espírito Vianna de Carvalho.5. ed. Salvador: LEAL, 2006. cap. O livro imortal, p. 16 e 17.
7 KARDEC, Allan. Obras póstumas. Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. 1. imp. Brasília: FEB, 2016. pt. 2, Constituição do Espiritismo, it. X – Allan Kardec e a nova constituição do Espiritismo, p. 329.
8 WANTUIL, Zêus; THIESEN, Francisco. Allan Kardec: o educador e o codificador. v. 1. 3. ed. Brasília: FEB, 2007. pt. 2, cap. 1, p. 274.
9 ____.____. p. 285. (Vide também Revista Espírita de jan. 1858, trad. Evandro Noleto Bezerra, p. 63 e 64.)
10 Reformador. ano 95, n. 1.777, abril 1977, p. 11(103). Soneto segundo Folheto do Grupo Espírita Emmanuel, intitulado “Da Biblioteca Espírita – Lembrando o Auto-de-fé de Barcelona, 1861”, edição de outubro de 1961, Garça (SP).

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Rumo ao infinito!


Filhos e filhas do Amor Maior.
Sois espíritos seguindo uma jornada de amor.
Ainda não perfeitamente conscientes disso, mas já no caminho.
Muitos ainda são os mistérios que rondam a alma humana.
Serão compreendidos, quando desenvolveres habilidades para tal.
Então, perceberás o que não se vê; e ouvireis o inaudível.
O mais importante, porém, não é desvendar mistérios que a Consciência Divina criou.
E sim,  desenvolver o amor na sua expressão mais sublime.
Nada há mais prazeroso e que gere mais contentamento do que o exercício do amor.
Foi por amor que o Messias, ou simplesmente Jesus de Nazaré, veio a esse mundo.
Segui seu exemplo, pois o amor é capaz de realizar milagres e redimir corações.
Praticai o amor, pois só assim é que sereis reconhecidos como seus discípulos.
Lutai por isso, e quando menos esperares, verás claramente e não através de espelho.
Assim se forja o bom combate e se aperfeiçoam as almas em suas jornadas, rumo ao infinito.

Muita paz!

Mensagem recebida por Raimundo Monteiro, na reunião mediúnica do Grupo Espírita da Prece em 14/02/2017.  João Pessoa/PB.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Noite de festa na Sociedade Espírita Caminho do Bem


Uma noite de emoção, paz e harmonia, onde trabalhadores, colaboradores, frequentadores e assistidos da Sociedade Caminho do Bem se confraternizaram num jantar alusivo ao Natal. Na ocasião, o irmão Antonio Barbosa, fundador do Projeto Sorriso de Esperança, que leva música para aos hospitais, brindou a todos os presentes com belas canções acompanhadas ao violão. Já um grupo de crianças da Evangelização Infantil da Sociedade Espírita Caminho do Bem encenou um Auto de Natal, sob a direção da professora Jacinta.

Após o jantar de confraternização oferecido a todos que ali se encontravam, o presidente da Casa Espírita, João Batista Soares, vestido de Papai Noel, fez a entrega de presentes natalinos para as crianças e Maria Amaro, responsável pelo Sopão Fraterno, sorteou brindes para as mães das crianças. A festa foi concluída com a entrega das cestas básicas às famílias assistidas pela Sociedade Espírita Caminho do Bem.