Christiano Torchi
christiano.torchi@gmail.com
O que há por trás das constantes e obstinadas investidas governamentais de se aprovar leis abortivas nos países subdesenvolvidos e emergentes? Só no Congresso Nacional tramitam dezenas de projetos de lei de descriminalização do aborto.¹
Recentemente, o Conselho Federal de
Medicina (CFM), que regula a atividade profissional dos médicos no país,
enviou à Comissão do Senado, que cuida da reforma do Código Penal, um
documento no qual defende o direito das mulheres interromperem a
gravidez até a décima segunda semana de gestação (Circular CFM 46/2013).
Em sintonia com outras entidades
médicas, a Associação Médico-Espírita do Brasil (AME-Brasil), por meio
de carta aberta ao Conselho Federal de Medicina, elaborou moção de
repúdio, alertando que esse não é o pensamento de todos os médicos
brasileiros, pois a decisão teria sido tomada por uma minoria, “em nome
de milhares de médicos sem consulta ampla, geral e irrestrita”.2
A quem interessa a aprovação de leis
deste jaez, em que vale tudo,3 desde a manipulação de estatísticas4 à
criação e manutenção de clínicas clandestinas, fornecimento de materiais
e cursos de abortamento ministrados até em maternidades do Governo
brasileiro,5 inclusive com o apoio da ONU – Organização das Nações
Unidas (http:/www.who.int), em nome de uma suposta autonomia da gestante
sobre o filho?
É sabido que o controle demográfico é um fator de poder com vistas à manutenção do establishment:
A indústria do aborto é muito lucrativa
em todo o mundo. São realizados em média, 50 milhões de abortos todos os
anos [ao custo médio de mil a 2 mil reais, até o terceiro mês de
gestação]. Um verdadeiro holocausto. É bom lembrar que o período da
história em que mais se matou gente foi durante a 2ª Guerra Mundial onde
morreram entre 45 e 55 milhões de seres humanos. Não haverá PAZ no
mundo enquanto se praticar o ABORTO. Na década de 70, o então todo-
-poderoso Secretário de Estado Norte-Americano Henry Kissinger, em um
relatório sobre a América Latina, já preconizava o ABORTO como a melhor
ferramenta a ser empregada para inibir o crescimento da população de
países emergentes como o Brasil.6
A Dr.ª Marli Virgínia Nóbrega, médica
obstetra na rede pública de Brasília-DF, participando da Audiência
Pública sobre o Projeto de Lei (PL) 1.135/91, realizada na Câmara dos
Deputados em 27 de junho de 2007, que suprimia o art. 124 do Código
Penal, liberando o aborto no Brasil, projeto apoiado pelo Governo
Federal,7 refutou a tese do então Ministro da Saúde de que o aborto
seria uma questão de saúde pública:
[...] a imposição do aborto é na
realidade uma questão de controle demográfico que está sendo planejado
por organizações externas ao Brasil. “[...] Não é, de modo algum,
planejamento familiar, [nem uma questão de saúde pública] [...]”.
[...] “verificamos que as instituições
que trabalham em favor da legalização do aborto são as mesmas
instituições que financiam as clínicas de abortos clandestinos. Primeiro
elas financiam a implantação das clínicas. Depois querem legalizar o
aborto para acabar com o problema que elas próprias criaram. Isto não é
direito reprodutivo!”. [...]
Algumas destas organizações financiadas
internacionalmente estavam presentes na segunda audiência pública sobre o
PL 1.135/91, realizada [...] no dia 29 de agosto de 2007, no plenário 2
da Câmara dos Deputados. Neste dia ali estava defendendo o projeto a
ONG Católicas pelo Direito de Decidir, conhecida promotora do direito ao
aborto e também da aprovação deste infame projeto de lei, a qual
admite, ela própria, que mais de 99% de seu orçamento disponível para
promover a difusão e a legalização do aborto não provém de brasileiros,
mas de doações de instituições estrangeiras. [...]8
Sem prejuízo dos interesses da indústria
do aborto, que se beneficia financeiramente com a prática de abortos
legalizados, o fato é que continua em curso um bilionário programa para
deter o crescimento mundial da população por meio da prática do aborto, o
maior programa de ajuda externa já desenvolvido pelo governo federal
americano em toda a sua história depois do Plano Marshall.9
O nome “Católicas pelo Direito de
Decidir” é enganoso de propósito, “pois em primeiro lugar o objetivo da
organização não é o de legalizar o aborto, mas principalmente derrubar a
moralidade relativa ao aborto, tendo como alvo principal a Igreja
Católica”.10 O objetivo do enfraquecimento da moralidade do aborto é
abrir caminho para a derrubada de outras barreiras:
As Católicas pelo Direito de Decidir
foram fundadas em 1993 no Brasil graças ao apoio financeiro da Fundação
MacArthur, que durante os anos 90 investiu 36 milhões de dólares na
implantação do aborto no Brasil, este montante não incluindo outros
programas similares que estavam sendo desenvolvidos pela mesma Fundação
no México, na Índia e na Nigéria.11
Organismos internacionais europeus e
norte-americanos investem grandes somas de dólares em ONGS, projetos e
assessoria a parlamentares pró-aborto. As principais são: Fundação Ford e
Fundação Rockefeller. O objetivo político é criar obstáculos para que
nosso país seja de fato uma grande superpotência econômica O Brasil é
ainda um grande país despovoado e mal povoado. Não chegamos nem a 200
milhões de habitantes, sendo que aqui existe terra, água, energia e
riqueza para que vivam mais de 1 bilhão de seres humanos e vivam bem. O
próprio Ministro da Saúde José Temporão em um programa da TV Cultura
“Roda Viva”, ao responder a uma pergunta de um jornalista da Revista
VEJA, disse que caso o aborto venha a ser legalizado no Brasil, não
faltarão recursos estrangeiros. Um absurdo tão grande que coletei 200
assinaturas no Congresso para instalar uma CPI para apurar o assunto.6
A Grã-Bretanha, que há mais de 30 anos
liberou o aborto, agora, por meio de alguns segmentos sociais, começa a
trilhar caminho inverso,12 como ocorreu com a “pena de morte”, que vem
sendo, paulatinamente, banida dos países mais desenvolvidos. Aliás,
recentemente, a Corte Europeia decidiu que “o aborto não é um direito
fundamental da mulher”:13
Os problemas emocionais gerados pelo
aborto são tão graves, como a depressão e o suicídio, que em muitos
países, onde ele é legalizado, foram criadas, pelas próprias mulheres
vitimadas pelo aborto, associações como a Women Exploited by Abortion
(Mulheres Exploradas pelo Aborto) nos EUA, e a Asociación de Victimas
del Aborto (Associação de Vítimas do Aborto) na Espanha, que orientam e
alertam sobre as consequências prejudiciais do aborto.14
É importante o controle da natalidade,
mas este pode e deve ser feito sem violentar o direito de outrem. O
excesso de população pode ser administrado por meios
científico-tecnológicos éticos e com a utilização de políticas públicas
mais baratas e eficientes, que passam pela educação das massas. Ademais,
os Espíritos superiores, ao tratarem do excesso de população,
asseguraram que “Deus a isso provê e mantém sempre o equilíbrio. Ele
nada faz de inútil. O homem, que apenas vê um ângulo do quadro da
natureza, não pode julgar da harmonia do conjunto”, 15 o que nos remete à
previsão fracassada do economista Thomas Malthus, em 1798, de que
haveria um colapso na Terra, no prazo de cem anos, em virtude do excesso
de população.
Os estudos da embriologia moderna,
sobretudo após o deciframento, em 2003, do código genético humano,
definem o zigoto, célula resultante da fertilização de um ovócito, como o
início de um ser humano,16 posição que se harmoniza com o ensino dos
Espíritos superiores,17 para os quais o “primeiro de todos os direitos
naturais”18 é “o de viver”.18 Ademais, a vida humana é um direito
natural anterior ao Estado. Por isso, sua garantia é a consagração da
própria Democracia, e nenhum grupo social poderá decidir quando outros
devam morrer.19
Todos estamos convidados a fazer alguma
coisa sobre o assunto. A aprovação do aborto em nossas plagas certamente
colocará em xeque a condição do Brasil de aspirante à posição de
“Pátria do Evangelho”. Pensemos nisso!
REFERÊNCIAS:
1 Disponível em <http://goo.gl/xbaC dY>. Acesso em: nov. 2014.
2 NOBRE, Marlene. Moção de repúdio à
posição do CFM. In: Revista Saúde & Espiritualidade, n. 11, abr.
-mai. -jun. 2013, p. 4-5, São Paulo, AME-Brasil.
3 OLIVEIRA, Terezinha. Deixem-me viver. 6. ed. Capivari (SP): EME, 1994.
4 DAHER JÚNIOR, Jorge Cecílio. Aborto
como política de controle populacional. Revista Saúde &
Espiritualidade. n. 11, abr. -mai. -jun. 2013, p. 12-15, São Paulo,
AME-Brasil.
5 Disponível em <http://goo.gl/5P586N> e em <http://goo.gl/15zwey>. Acesso em: nov. 2014.
6 BASSUMA, Deputado Federal Luiz. Defesa
apresentada na Comissão de Ética do Diretório Nacional do Partido dos
Trabalhadores em 20/11/2008. Disponível em
<http://bassuma.com.br/wp-content/uploads/2014/09/2008_11_20_Defesa-_ComissAO_Etica_PT-.pdf>.
Acesso em: nov. 2014.
7 Em 7/5/2008, o Projeto de Lei n.
1.135/91 foi rejeitado por unanimidade (33 a zero) pela Comissão de
Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados.
8 Disponível em <http://goo.gl/p4jVVP>. Acesso em: nov. 2014.
9 O Plano Marshall, conhecido como
Programa de Recuperação Europeia, foi o principal plano dos EUA para a
reconstrução dos países aliados da Europa nos anos seguintes à Segunda
Guerra Mundial.
10 Disponível em <http://goo.gl/DpmJeA>. Acesso em: nov. 2014.
11 Disponível em <http://goo.gl/p4jVVP>. Acesso em: nov. 2014.
12 SOUZA, Juvanir Borges de. (Sob
orientação de e por Equipe da Federação Espírita Brasileira). O que
dizem os espíritos sobre o aborto. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2001. p.
21.
13 Disponível em <http://goo.gl/eABmvg>. Acesso em: nov. 2014.
14 ROBERTO, Gilson Luis. Visão espírita
sobre o aborto. Revista Saúde & Espiritualidade, n. 11, abr. -mai.
-jun. 2013, p. 17, São Paulo, AME-Brasil.
15 KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Trad. Guillon Ribeiro. 93. ed. 1. imp. (Edição Histórica.) Brasília: FEB, 2013. q. 687.
16 NOBRE. Marlene. A vida contra o
aborto: Dez perguntas sobre a origem da vida e a natureza do embrião.
São Paulo: AME-Brasil, s.d.
17 KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. Trad. Guillon Ribeiro. 93. ed. 1. imp. (Edição Histórica.) Brasília: FEB, 2013. q. 344.
18 ____. ____. q. 880.
19 ZIMMERMANN, Zalmino. O direito à vida
no ordenamento jurídico brasileiro. A questão do aborto. São Paulo:
Abrame – Associação Brasileira dos Magistrados Espíritas, s.d.
Texto extraído da Revista Reformador, edição de janeiro de 2015.
Lamentável,essa indústria do crime! Os promotores dessa barbárie não sabem que estão comprometendo a consciência.Não sabem que suas vidas passageiras logo mais despertarão, na erraticidade, em dimensões escuras, onde o pavor assola as almas atormentadas. Pobres seres, que suplicarão para reencarnar,para fugir do pavor, mas não sabem que as portas do resgate, foram por eles mesmo fechadas,por um tempo sem tempo!
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